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O Uso da Dentina como Material de Enxerto para Reconstrução da Crista Alveolar e de Defeitos Ósseos


Por vários anos, o uso da dentina como um material de enxerto autógeno alternativo para reconstrução da crista alveolar e enxerto de defeitos ósseos foi descrito e investigado em estudos clínicos. O estudo “Tooth shell technique: a proof of concept with the use of autogenous dentin block grafts”, descreve a aplicação clínica da Tooth Shell Technique em 24 locais com 27 implantes de 22 pacientes.


A “casca” de dente foi fixada lateralmente ao defeito com microparafusos, o gap entre a “casca” e o osso residual foi preenchido com restos particulados da raiz do dente. O implante foi inserido simultaneamente. A tomografia computadorizada foi realizada após a inserção do implante (T1) e 3 meses mais tarde no momento da exposição do implante (T2). Os parâmetros-alvo foram complicações biológicas e a reabsorção do enxerto de tecido duro.



O enxerto em bloco ósseo autógeno é considerado o padrão ouro para defeitos ósseos laterais. Nesse sentido, a dentina foi identificada como um material adequado devido às suas semelhanças estruturais e químicas com o osso alveolar.


Comparado com o osso autógeno, o uso de dentina oferece a vantagem de evitar o procedimento de colheita diminuindo a morbidade e demonstra significativamente menos reabsorção.


Semelhante ao osso alveolar, cerca de 90% da substância orgânica da dentina consiste de colágeno tipo I. Além disso, proteínas estruturais osteogeneticamente relevantes como osteocalcina, osteonectina, fosfoproteína e sialoproteína podem ser encontradas nela.


Os componentes inorgânicos da dentina, assim como no osso alveolar, consistem em vários fosfatos de cálcio como hidroxilapatita, ß-tricálcio fosfato, fosfato octacálcico e amorfo fosfato de cálcio. Ela também contém fatores ativos, incluindo proteína morfogenética óssea 2 (BMP-2), fator de crescimento tecidual-ß (TGF-ß) e fator de crescimento semelhante à insulina-2 (IGF-2).


Os Resultados:


Embora uma exposição do enxerto tenha ocorrido em um caso, todos os implantes mostraram estabilidade suficiente e puderam ser carregados. Em T2, a avaliação das radiografias não evidenciou nenhum caso com perda de tecido duro na região mesial ou distal do ombro do implante. Todos os implantes foram completamente osseointegrados.


Tooth shell technique apresentou resultados promissores para a reconstrução de defeitos da crista alveolar lateral. Pode ser considerado como um material alternativo para evitar procedimentos de colheita óssea, diminuindo a morbidade cirúrgica.


Nessa técnica, a dentina particulada foi colocada diretamente nas superfícies expostas do implante. Não está se existe uma conexão direta entre a superfície de titânio e o enxerto de dentina. Histologicamente, os experimentos mostraram uma reabsorção substitutiva da dentina e uma área de contato entre osso e implante comparável ao osso autógeno.


Os resultados parecem promissores, mas devem ser avaliados com cautela. Estudos com períodos de observação mais longos são necessários.




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