Em 2013, foi obtido um consenso sobre a definição de bruxismo como atividade muscular mastigatória repetitiva caracterizada por apertar ou ranger os dentes e/ou por imobilização ou projeção da mandíbula, especificada como bruxismo do sono ou bruxismo de vigília.
Mas, além dessa definição, um sistema de classificação foi proposto para determinar a probabilidade de que uma determinada avaliação de bruxismo realmente produza um resultado válido. O artigo ganhou o nome de “International consensus on the assessment of bruxism: report of a work in progress”, e teve a participação de quatorze autores.
O consenso atualizado teve o objetivo de esclarecer ainda mais a definição de 2013 e desenvolver definições separadas para bruxismo do sono e vigília, assim como determinar se o bruxismo é um distúrbio e não um comportamento que pode ser um fator de risco para certas condições clínicas, reexaminar o sistema de classificação de 2013 e desenvolver uma agenda de pesquisa.
De acordo com o estudo, duas definições devem ser levadas em consideração quando tratamos de bruxismo:
1. O bruxismo noturno é uma atividade muscular da mastigação durante o sono caracterizado como rítmico (fásico) ou não rítmico (tônico).
2. O bruxismo de vigília é uma atividade muscular da mastigação durante a vigília que é caracterizado por contato dentário repetitivo ou sustentado e / ou apoiando e empurrando a mandíbula.
Diante do trabalho, os pesquisadores chegaram a 4 conclusões:
1. bruxismo noturno e de vigília são atividades musculares mastigatórias que ocorrem durante o sono (caracterizado como rítimo ou não rítmico) ou quando o paciente estiver acordado (caracterizada por contato repetitivo ou sustentado dos dentes e / ou apoiando e empurrando a mandíbula), respectivamente.
2. Em indivíduos saudáveis, o bruxismo não deve ser considerado como um transtorno, mas sim como um comportamento que pode ser um fator de risco (e/ou protetor) para certas consequências clínicas.
3. Ambas as abordagens não instrumentais (auto relato) e instrumentais (eletromiografia) podem ser empregadas para avaliar o bruxismo. Porém, mais pesquisas são necessárias para avaliar seu uso na clínica, usando o princípio A4 descrito acima: preciso (confiável, válido), aplicável (viável), acessível (custo-benefício) e reproduzível (adequado para uso clínico diário).
4. Pontos de corte para estabelecer a presença ou ausência de bruxismo não devem ser usados em indivíduos saudáveis. Em vez disso, atividades musculares mastigatórias relacionadas ao bruxismo devem ser avaliadas no comportamento contínuo.
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